"Meu pai é gay" - Histórias de quem vive essa realidade
Por: Sandra Soares e Thiago Bronzatto
Durante toda a infância, a americana Abigail Garner sentia o coração acelerar toda vez que alguém mencionava a palavra "bicha" na sala de aula. De uma primeira geração de crianças criadas em famílias alternativas assumidas, ela cresceu mostrando o boletim escolar e negociando o horário de voltar para casa com uma mãe e dois pais - seu pai biológico decidiu viver com outro homem quando ela tinha 5 anos. Hoje, aos 33, é uma das mais conhecidas defensoras da causa gay no país, apesar de ser heterossexual. Desde 1999 escreve textos e dá palestras que ajudam filhos de homossexuais americanos - segundo estimativas, pelo menos oito milhões de crianças e adolescentes. Seu blog e seu livro, Families like Mine: Children of Gay Parents Tell It like It Is (numa tradução livre, Famílias como a Minha: Filhos de Pais Gays Contam como É), são referências no assunto.
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"Durante muito tempo, eu me recusei a responder à pergunta: 'Você é heterossexual?' Como outros jovens de famílias como a minha, ser confrontada com essa questão me fazia sentir como que colocando meu pai sob julgamento. Ser filho de homossexuais não significa que uma criança tenha mais ou menos chances de ser gay, mas essa é uma das discussões que mais vêm à tona quando se fala sobre famílias alternativas. Tive a sorte de saber que meu pai era gay antes de conhecer a homofobia. O preconceito é algo que se aprende e, aos 5 anos, eu não havia aprendido."
Depoimento de Abigail Garner
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