Um casal de lésbicas de São Paulo pode ser o primeiro a registrar os filhos com o nome de duas mães
Munira Khalil El Ourra não vai dar à luz, mas é mãe de duas crianças que vão nascer até a primeira semana de maio. Quem está na 31ª semana de gestação é sua companheira, Adriana Tito Maciel. A barriga é de Adriana. Os óvulos fecundados que grudaram no útero dela pertenciam a Munira. Os bebês já têm nome: Eduardo e Ana Luísa. Serão paridos e amamentados por Adriana, de pele marrom e cabelo que nasce crespo. Mas terão a cara de Munira, branquinha e de cabelo liso.
Para a lei, mãe biológica é quem carrega a criança no ventre. Mas um exame de DNA mostraria o contrário. Nem Adriana nem Munira pretendem disputar na Justiça a guarda das crianças. O que elas querem é sair da maternidade juntas, com um documento que permita registrar as crianças no cartório com o sobrenome de cada uma e o nome das duas mães na certidão de nascimento. Como qualquer família normal.
Para a lei, mãe biológica é quem carrega a criança no ventre. Mas um exame de DNA mostraria o contrário. Nem Adriana nem Munira pretendem disputar na Justiça a guarda das crianças. O que elas querem é sair da maternidade juntas, com um documento que permita registrar as crianças no cartório com o sobrenome de cada uma e o nome das duas mães na certidão de nascimento. Como qualquer família normal.
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Família nova, lei velha Casais gays em várias partes do mundo têm conseguido registrar os filhos. Alguns, só recorrendo à Justiça
DUAS MÃES A chef americana Cat Cora (à esq.) já tem dois filhos gerados por sua companheira, Jennifer. Agora, as duas estão grávidas por fertilização in vitro. Apesar de o DNA do segundo filho ser de Cat, ela teve de adotá-lo para ter direitos e deveres legais de mãe sobre ele. “É injusto, mas é a lei”, diz
PAIS GAYS Um casal de homens de Catanduva, São Paulo, inaugurou a adoção de uma criança por homossexuais no Brasil. Vasco Pedro da Gama Filho e Júnior de Carvalho obtiveram na Justiça autorização para colocar seus nomes na certidão de nascimento da menina Theodora, já com 5 anos, como pais dela, com todos os direitos e deveres de qualquer pai biológico
MÃE AFETIVA Com a morte da cantora Cássia Eller, em 2001, o filho dela virou assunto nacional. O menino Chicão, então com 9 anos, era órfão de pai e havia sido criado pela mãe junto com outra mulher, Maria Eugênia Vieira Martins. Um acordo entre Maria Eugênia e o pai de Cássia, dez meses depois, deu a ela a tutela definitiva da criança e inaugurou um novo direito entre os gays
DUAS MÃES A chef americana Cat Cora (à esq.) já tem dois filhos gerados por sua companheira, Jennifer. Agora, as duas estão grávidas por fertilização in vitro. Apesar de o DNA do segundo filho ser de Cat, ela teve de adotá-lo para ter direitos e deveres legais de mãe sobre ele. “É injusto, mas é a lei”, diz
PAIS GAYS Um casal de homens de Catanduva, São Paulo, inaugurou a adoção de uma criança por homossexuais no Brasil. Vasco Pedro da Gama Filho e Júnior de Carvalho obtiveram na Justiça autorização para colocar seus nomes na certidão de nascimento da menina Theodora, já com 5 anos, como pais dela, com todos os direitos e deveres de qualquer pai biológico
MÃE AFETIVA Com a morte da cantora Cássia Eller, em 2001, o filho dela virou assunto nacional. O menino Chicão, então com 9 anos, era órfão de pai e havia sido criado pela mãe junto com outra mulher, Maria Eugênia Vieira Martins. Um acordo entre Maria Eugênia e o pai de Cássia, dez meses depois, deu a ela a tutela definitiva da criança e inaugurou um novo direito entre os gays
Maravilha ! Parabens a Revista Epoca pela bela reportagem.
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