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Tuesday, April 8, 2008

Assassinatos de homossexuais no Brasil cresceram

Assassinatos de homossexuais no Brasil cresceram 30% em 2007,
diz Grupo Gay da Bahia

08/04/2008 - 15h03
Manuela Martinez

Especial para o UOL, em Salvador

Um levantamento divulgado nesta terça-feira (8) pela ONG Grupo Gay da Bahia (GGB) revela que 122 homossexuais foram assassinados em 2007 no Brasil (um crime para cada três dias), o que representa um aumento de 30% em comparação a 2006. De acordo com o GGB, responsável pela estatística, do total e mortos, 27% eram travestis e 3% eram lésbicas.Desde 1980, quando o GGB foi fundado, até o ano passado, 2.647 homossexuais foram mortos no país _a maioria das vítimas tinha entre 20 e 40 anos. Professor aposentado pela UFBA (Universidade Federal da Bahia) e um dos fundadores do GGB, Luiz Mott disse que o número de assassinatos é ainda maior do que a estatística oficial. "Muitas famílias, por vergonha, não admitem que os seus filhos sejam gays. A nossa contabilidade está baseada em pesquisas feitas por outras organizações que lutam pelos direitos dos homossexuais em delegacias e entidades de direitos humanos", acrescentou.
O aumento da violência na Bahia atingiu em cheio as empresas de ônibus. Até o final de março, 612 ônibus que circulam na capital baiana foram assaltados (média de 6,8 por dia), segundo informações do Gerrc (Grupo Especial de Repressão a Roubos em Coletivos). Preocupados com os prejuízos, os empresários fecharam um acordo com a Prefeitura de Salvador para instalar câmeras nos principais terminais de ônibus e ampliar o monitoramento nos veículos -atualmente, da frota que roda na cidade, 2.537 ônibus, apenas 930 contam com câmaras. Pelo acordo, as obras começam imediatamente e os empresários se comprometeram a instalar 40 câmaras por mês.
No levantamento, a entidade baiana mostra as profissões homossexuais de maior risco _profissionais do sexo, professores, cabeleireiros e vendedores ambulantes. Luiz Mott disse também que 80% dos homossexuais foram mortos dentro de casa, por facadas ou estrangulamento. Já os travestis são mortos a tiros, por motoqueiros, na maior parte dos casos. "O Brasil é o campeão mundial de crimes homofóbicos, seguido pelo México e os Estados Unidos", afirma Marcelo Cerqueira, presidente do GGB.Pela primeira vez, desde que os crimes contra homossexuais começaram a ser catalogados pelo GGB, a Bahia lidera o ranking _no ano passado foram assassinados 18 gays no Estado. O Nordeste também é a região mais violenta, com 60% dos homicídios, seguida pelo Centro-Oeste, com 17%."Um gay no Nordeste tem 84% mais risco de ser assassinado do que no Sul e no Sudeste", ressaltou Luiz Mott. Depois da Bahia, os Estados onde ocorreram mais crimes no ano passado foram Pernambuco (17), Rio Grande do Norte (9) e Alagoas (8). São Paulo, o Estado mais populoso do país, registrou sete crimes contra homossexuais no ano passado.Pelas projeções registradas nos três primeiros meses desse ano, a tendência é o aumento do número de assassinatos de homossexuais _entre janeiro e março, 45 foram mortos. "Apesar das campanhas, e de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter instituído o Programa Brasil Sem Homofobia, a violência contra os homossexuais não pára de crescer", disse Mott. Os dados divulgados pelo GGB revelam, ainda, que o homossexual mais nono assassinado tinha 14 anos (era de Salvador) e o mais velho, 70 (um médico que morava em Arraial da Ajuda, no sul da Bahia).Luiz Mott acrescentou que 78% dos crimes contra homossexuais foram registrados como sendo de "autores desconhecidos". "O problema é que muitas testemunhas têm medo de depor, o que dificulta a investigação." De acordo com Marcelo Cerqueira, três providências devem ser tomadas para reduzir a violência contra os homossexuais: exigir que a polícia e a Justiça punam a homofobia, intensificar uma campanha pedindo que a população respeite os homossexuais e conscientizar os gays, travestis e lésbicas a evitarem situações de risco. "Ninguém deve levar desconhecidos para casa."
Recomendações
Para reduzir a violência contra homossexuais, o GGB divulgou em seu site algumas recomendações. Veja abaixo:
1) Evite levar desconhecidos ou garotos de programa para casa. Prefira fazer programas em hotéis, motéis e saunas;
2) Investigue a vida da pessoa com quem pretende sair. Prefira pessoas indicadas por amigos;
3) Só faça programas com elas depois de ter certeza que são de confiança;
4) Nunca beba líquidos oferecidos pelo parceiro eventual. A bebida pode conter soníferos;
5) Evite o famoso "Boa Noite, Cinderela". Em um bar ou boate, por exemplo, se você precisar ir ao banheiro, leve o copo ou invente uma desculpa e jogue o líquido fora;
6) Se levar alguém para casa, não o esconda do porteiro ou de vizinhos. Eles podem ajudá-lo na hora do perigo. É sempre bom ter uma boa relação com esse pessoal. Na hora do babado, eles sempre são solidários;
7) Se for possível, não esconda que é gay. Isso evita chantagem e extorsão;
8) Não se sinta inferior. Não se mostre indefeso, evite demonstrar passividade, medo, submissão. Não cultive o tipo machão, ou pelo menos não mostre que o valoriza tanto;
9) Evite fazer programa com mais de um michê. Antes da transa, acerte todos os detalhes: preço, duração e preferências eróticas;
10) Não humilhe o parceiro. Não exiba jóias, riqueza ou símbolos de superioridade que despertem cobiça. O garoto de programa quase sempre é de classe inferior à sua;
11) Se o encontro for em sua casa, tranque a porta e esconda a chave. Não deixe armas, facas e objetos perigosos à vista, você é dono da casa e deve dominar a situação;
12) Quando for agredido, procure a polícia, peça exame de corpo delito e denuncie o caso aos grupos de ativistas homossexuais. Lembre-se que as delegacias de polícia são públicas. Se for maltratado pelo oficial, chame o delegado titular, se ele não estiver, chame o plantonista. Se, mesmo assim, for mal atendido, entre com uma ação contra a delegacia. Não tenha medo!

2 comments:

Anonymous said...

É lamentável. Porém as Organizações GLS, consideram que somente eles morrem no Brasil. Faça as contas e você verá que morrem muito mais crianças, jovens e mulheres(800.000 pessoas morreram no Brasil de 1980 a 2005). O Brasil é vice-campeão mundial de assassinatos, e isso não é "regalia" dos homossexuais, como querem crer por fim da força. Todos estão morrendo. Porém quando matam uma pessoa heterossexual, um pai de família, por exemplo, ninguém diz nada, é só uma notinha no jornal...Dois pesos e dois valores.

Que não se mate mais ninguém, e que se pare de deturpar os números.

Amy Bradshaw said...

Obrigada pela visita e pelo comentário, Bebeto.

Você disse bem e disse certo.

Muitas vezes acho muita coisa desnecessária, como dia internacional da Mulher, Parada do orgulho Gay, pensando que deveríamos então criar o Dia Internacional do Homem, Parada do Orgulho Hétero...
Estas são na verdade, manifestações exacerbadas daquilo que um dia não fluiu, não teve respeito ou igualdade civil.

Não confio cegamente em números e não foco neles. A questão aqui, quanto aos assassinatos aos homossexuais, é a relevância dos chamados "crimes de ódio", de intolerância.

Muitas pessoas morrem de fome e doença pelo mundo todos os dias, muitos traficantes são assassinados... Sabemos disso. É ainda, porém, diferente de uma agressão ou violência ocorrida pelo simples fator racial, religioso ou sexual de um ser humano.

Matar alguém porque ele tem um estilo de vida o qual alguém julga errado é um CRIME MAIS QUE HEDIONDO.


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